Capacete, jaqueta e botas pretas de couro, bandana de caveira, tatuagens e o vento sobre o rosto ao som do ronco do motor… Para muitos, andar de moto é um simples meio de desviar do trânsito, porém, para outros muitos, é um modo de vida atraente pelo companheirismo, pela independência e, principalmente, pela liberdade. Os motociclistas constituem um grupo de pessoas que tem em comum desde o modo de se vestirem até o tipo de atividade que gostam de realizar. É exatamente por isso que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, diversos clubes de motociclistas foram criados. Alguns tinham a finalidade de reunir pessoas em busca da adrenalina de correr pelas estradas. Já outros grupos, principalmente os desenvolvidos nos anos 60, tinham o caráter de resistência ao sistema, chegando a fazer parte do movimento de contra-cultura da época. Estes últimos inspiraram uma série de filmes, dos quais Easy Rider é considerado o mais importante. Hoje em dia, os motoclubes são entidades hierarquizadas, nas quais todos os membros tem obrigações definidas. Apesar de terem regras rígidas, a bandeira que se sobressai é a da liberdade. A irmandade também é muito valorizada e considerada essencial. Em geral, a comunidade organiza longas viagens em grupo , nas quais os momentos mais importantes são os trajetos de ida e volta. Além disso, nos motoclubes há discussões sobre os símbolos do motoclubismo e sobre a função destes na sociedade. Muitos motociclistas, porém, não participam dessas organizações porque consideram que nelas o espaço para a liberdade é inexistente. Eles questionam como num lugar pautado por regras e compromissos, a liberdade pode ser o tema central. O que tais motociclistas desejam é independência: querem em um dia ser o alto executivo de terno e gravata no escritório e poderem – como bem lhes convir -, no outro dia, subir em suas motos para percorrer as estradas do país.
Para os motociclistas, a independência também está em escapar do trânsito das grandes cidades. A possibilidade de, por meio dos corredores de carros, fugir do congestionamento e chegar ao destino mais rapidamente, confere a sensação de independência e, algumas vezes, de “superioridade perante os demais”, como diz o motociclista Sérgio Monteiro.
Sérgio Monteiro tem hoje 51 anos, e anda de moto desde os 12. Ele diz que numa estrada o motociclista é inteiramente dependente de sua moto, pois se ela falha, não se sabe o que pode acontecer. Segundo ele, é por causa disso que todo motociclista cuida muito de sua moto e que acaba desenvolvendo afetividade por ela. Mais que isso, Sérgio afirma que sobre duas rodas, a sensação é de que se pode tudo, a sensação é de liberdade. A importância da moto para Sérgio é visível na tatuagem de um homem andando de moto em seu braço: “Eu fiz essa tatuagem porque a moto faz parte do que eu sou.” Fonte: Texto por Fernanda Ortega - www.twitter.com/FernandaOrtega |
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Sobre duas rodas – Born to be wild
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